terça-feira, 25 de agosto de 2015

Falando de Fusca - Fridolin


O grande incentivador e historiador da memória do Fusca, meu amigo Alexander Gromow, possui a coluna "Falando de Fusca", do famoso portal automotivo Auto Entusiastas.

Lá ele conta curiosidades, fatos e histórias que envolvem nosso querido Fusca, e sua família Volkswagen. Desta vez, Alexander abordou o curioso VW Tipo 147, apelidado de "Fridolin". Pouco conhecido no Brasil, o utilitário que utilizava o chassi do Karmann Ghia, foi fabricado quase que exclusivamente para atender as necessidades do Deutsche Bundespost, os Correios Alemães. Alexander nos conta um pouco mais das curiosidades que envolvem o pequeno e prático VW:

"O Fridolin foi produzido entre 1964 e 1974, e acompanhou as evoluções técnicas do Fusca, mantendo-se atualizado, mas não foram feitas atualizações no modelo, que permaneceu idêntico até o fim.
Ele era facilmente distinguível de outros veículos postais por sua aparência estranha. Tinha uma carroceria em aço com duas portas laterais deslizantes, uma porta traseira para o compartimento de armazenagem e outra para o motor; a parte dianteira com uma inclinação bastante acentuada para a frente do carro. A carroceria, aparafusada ao chassi, era uma construção leve de chapas de metal estampado soldadas. Usou o chassi do Karmann-Ghia (Tipo 14) com seu chassis de tubo central, enquanto eixos, motor, e caixa de câmbio eram do Fusca.  
O Fridolin era equipado com o motor de 1.192 cm³ e uma potência de 34 cv a 3.600 rpm — já o novo 1200 de carcaça tripartida que nunca foi feito no Brasil e que desenvolvia mais 4 cv que o 1200 anterior. Tampa do motor e outras partes vieram da Kombi, faróis e vários componentes do VW 1500 (Tipo 3). O peso em ordem de marcha do Fridolin era de 935 kg,  aproximadamente 200 kg mais ​​que o do Fusca tipo exportação da época."


"Com estas especificações ele claramente não tinha um temperamento quente, mas isso não era tão importante no caso. Boa acessibilidade, generoso espaço de armazenamento e baixos custos operacionais desempenhavam o papel principal.

Na prática, o Sonderfahrzeug-Post atendeu integralmente às expectativas. Foi utilizado durante mais de uma década, sendo que o VW 147 foi usado como veículo padrão dos carteiros e demais servidores de outras áreas dos Correios Alemães – e era bastante popular devido à sua versatilidade. As duas portas deslizantes permitiam entrar e sair com facilidade, sem prejudicar o tráfego, um fator especialmente importante em áreas urbanas.

Uns poucos Fridolins foram entregues a outros clientes, por exemplo, para Lesezirkel-Service (Cooperativa de Leitura de Revistas – que é um empreendimento tipicamente alemão, no qual revistas circulam entre os clientes que pagam uma pequena assinatura mensal, valor bem menor do que os preços de banca das revistas) da cidade de Lippstadt. Fridolins também foram usados como carro de serviço de campo para a companhia aérea alemã Lufthansa".


"No total foram produzidos, até 1972, 6.139 carros para o mercado alemão; sendo que 85% deles foram destinados para uso dos Correios Alemães. O restante foi vendido para empresas do paíse autoridades locais. Um importador norueguês levou um Fridolin para Oslo.
Além disso, a Schweizer Bundespost – PTT (Serviço Postal Suíço — onde PTT é a versão em francês Postes, Téléphones, Télégraphes) encomendou 1..201 carros, embora em uma versão modificada devido a requisitos específicos para uso naquele pais. Os Fridolins para a Suíça tinham motor de 1,3 litro e 44 cv, freios dianteiros a disco , aquecedor auxiliar da cabine a combustível da Eberspächer, escotilha de ventilação no teto, espelhos retrovisores externos adicionais instalados sobre os pára-lamas dianteiros, um interior diferenciado, uma janela maior na tampa do bagageiro e durante os últimos anos de fabricação duas janelas adicionais nos cantos traseiros, para melhorar a visibilidade de dentro do carro. Estas modificações foram necessárias dadas às condições mais severas para atender às cidades nevadas no inverno, passando por tortuosas estradas estreitas de visibilidade mais difícil."

"Em 1974, a produção do Fridolin foi encerrada, mas uma pequena reserva de carros novos foi colocado em serviço pela PTT até 1977.
Como veículos usados ​​excedentes do serviço governamental, os Fridolins tornaram-se populares com os jovens na Europa, porque eram como pequenas versões das Kombis Tipo 2. Apesar disto, apenas um pequeno número de Fridolins sobreviveu até a presente data — tratamento anti-ferrugem insuficiente é a principal razão disto. Nem a Westfalia, nem o primeiro proprietário Correios Alemães, nem a maioria dos demais teve posteriormente algum cuidado com este aspecto — uma pena!"
Por fim, agradeço ao amigo Alexander Gromow pela permissão de postar aqui um pedacinho de seu trabalho. Forte abraço!

2 comentários:

  1. Valeu caro Alexsander,
    A divulgação da minha matéria ficou muito boa, obrigado!
    Próxima matéria na segunda-feira que vem...
    Aguarde novidades!
    Saudações
    Alexander Gromow

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mais uma vez agradeço a oportunidade, e estarei acompanhando e divulgando seu grande trabalho.

      Forte abraço amigo!

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...